Falar não é o mesmo que se comunicar
Toda pessoa possui um perfil, um tipo de entendimento, uma forma de conversar e se relacionar. Às vezes ouvimos: “Parece que fulano não entende o que eu falo!”
Isso acontece com mais frequência do que parece. E não tem a ver com inteligência — tem a ver com linguagem, vivência e percepção.
Nossa capacidade de entender e sermos entendidos está ligada ao que aprendemos, vivemos e reproduzimos ao longo da vida. Isso influencia como falamos e também como ouvimos.
Imagine um alemão ensinando aritmética em alemão para um japonês que não entende alemão. É claro que não vai funcionar. Não por falta de conteúdo, mas por falta de conexão entre os códigos.
É o que acontece quando tentamos explicar algo a alguém sem considerar como essa pessoa enxerga o mundo, seu nível de familiaridade com o tema, e até mesmo a bagagem emocional que ela carrega.
E não estamos falando de diferença de idade.
Falar sobre finanças com um médico pode ser confuso. Falar sobre relacionamento com alguém que viveu muitos desapontamentos pode ser delicado. Falar sobre saúde mental com quem nunca enfrentou um transtorno pode soar distante.
A comunicação não depende apenas do que você diz, mas do que o outro compreende. E, se você quiser ter relações mais saudáveis — com seu pai, sua filha, seu chefe, amigo, cliente ou fornecedor — vai precisar desenvolver empatia comunicativa.
Isso significa adaptar o vocabulário, observar como a outra pessoa pensa, entender seus filtros e ajudar na construção de sentido.
Falar a língua dela é mais do que um gesto bonito — é o que faz a conversa acontecer.
Seja um “poliglota” nas suas relações. Vai fazer bem pros dois lados.
